quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O Eu olhando para o Outro




   Como saber conciliar nossas necessidades e nossas limitações, perante uma sociedade que nos pressiona a todo o momento em vários setores da nossa vida?! Tenho notado que as pessoas estão cada vez mais atentas a coisas fúteis e banais e, não medem esforços para ter ou realizar algo que não necessitam, mas precisam para se manterem com certo status na sociedade e/ou aparentarem viver bem. Então quer dizer que o “viver bem” mudou de configuração. Sim, pois estamos em uma sociedade capitalista, onde o ter tornou-se tão importante quanto o número de copos d’água que tomamos durante o dia para conseguirmos a hidratação que nosso corpo precisa.
    Somos pressionados na preferência sexual, na escolha da profissão, das roupas, dos amigos, da moradia, do carro, da escola, e até mesmo na escolha de um cônjuge. O amor parece que foi comprado e adquiriu formato, aparência, perfume, e conta bancária, visto que as pessoas valorizam tais pontos como se estes fossem fundamentais.
Isto se explica pelo fato do Eu construir sua identidade a partir da percepção de existência do Outro. Nosso Eu vive querendo ser diferente e singular, mas somos todos reflexos de outros Eus, já que construímos nossas personalidades perante a observação do Outro, logo o Outro é extremamente importante para o Eu, embora na prática social, o Eu esteja mais preocupado consigo mesmo do que com o próximo, que é o Outro. Os Eus são como textos, pois não existem textos totalmente puros, visto que quem os cria se baseia na leitura de outros, estes outros servem de base ou inspiração para futuros escritos. Como este que estais a ler – e imagina o que se passa na cabeça desta que o escreve – é baseado em um primeiro, lido pela autora.
   Não quero dizer que textos e Eus sejam cópias, plágios, piratarias, pois a cada recriação sempre irá surgir novos traços, que marcarão a originalidade de cada obra, de casa ser. Como a história do “quem conta um conto, aumenta um ponto”, ou seja, o conto quando transmitido por outras bocas, jamais será o mesmo, sempre terá pontos a mais.
    Estamos necessitando que nossas necessidades sejam repensadas, reavaliadas. Há uma emergência de retomada de velhos valores, riquíssimos princípios. Observa-se, refleti-se e se diz que: a sociedade precisa agir com austeridade na busca pela ética e alteridade. 

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Dezembros...


Nas últimas horas de novembro, me preparo para receber dezembro, meu tão amado dezembro. Como passou rápido, parece que foi ontem que olhei para o céu enfeitado de fogos e pedi a Deus que meus desejos para 2012 fossem realizados. E foram de fato.
Este ano valeu à pena, tanta coisa boa aconteceu, também as ruins que não foram tão negativas porque me geraram aprendizados, grandes aprendizados.
Dezembro me dá uma sensação de missão cumprida, de sorrisos, de família, de lágrimas... Janeiro sussurrou de que dezembro seria como eu sempre havia imaginado, mas setembro me fez cair das nuvens, revelando  que o que eu queria, não duraria até dezembro. Mas tudo é válido, inclusive aquilo que não queremos, que não pretendemos.
Além de revitalizar meu ser, dezembro me deixa mais experiente, para não dizer mais”velha”, já que ainda estou na flor da idade.
Espero encontrar o mesmo céu, na hora da virada e, que os bons ventos, mais uma vez, conspirem ao meu favor e de todos aqueles que têm pensamento forte e crêem no impossível da vida!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Viva, apenas.



Não sei se na vida tudo passa, mas tenho certeza que tudo toma novos rumos, novos significados, novas compreensões.
 Que bom que podemos existir para sermos personagens de inúmeras histórias e situações que a vida nos apresenta. Uma coisa é certa: no palco da vida, nós é que escolhemos, se seremos marionetes ou seres independes.
Cada amanhecer é uma nova oportunidade para fazermos diferente, ou melhor, aquilo que tenha ficado pendente ou mal feito.
Por isso, decido acordar de um sono profundo, por um belo manto florido e bailar nos redemoinhos de cada dia.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Então, só...








Já faz um tempo que não escrevo. Já faz um tempo que estou vivendo o superficial. Já faz um tempo que ando sem coragem de olhar pra si mesma. Já faz um tempo que não vejo o tempo passar.
Não tenho sentido o aroma do futuro, me parece que o passado se escorreu entre meus dedos e, mesmo assim não me dei conta.
Não me dei conta de que estou só. Só sinto os vestígios da solidão quando em lembranças de sorrisos e a inocência de um sentimento bom rememoram meu coração. Não me dei tempo de sofrer. Fui egoísta. Pulei uma parte que deveria ser vivida. Eu deveria ter sentido mais. Quis ser forte, fui forte. Mas deveria ter dado espaço as minhas fraquezas. Então, estou percebendo que ao tentar ser forte, fui inutilmente fraca.
Descobri que fraqueza é omitir o que estou sentindo, é abdicar de meus próprios momentos sensíveis. Até quando permitimos não nos permitir?
Enquanto dizia que não me importava, estava morrendo por dentro. Eu não sabia a quem pedir ajuda, então decidi não sofrer naquele momento. Sempre tive dificuldade de demonstrar minhas falhas; nunca tive coragem, na verdade.
Ultimamente tenho me encontrado com o pensamento longe, mas um pensamento vazio, sem sentidos.
 Talvez o silêncio seja a resposta do meu corpo, pela acumulação de expressões não expressas, de súplicas não atendidas.
Então, só.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Inocência



Entrei num ônibus, e a alguns minutos de meu destino, assisti  a uma bela cena de entre duas crianças.
Do lado esquerdo das fileiras do coletivo, uma menina, com em média cinco anos de idade. Percebi que ela estava conversando com alguém que estava na fileira da direita, onde eu me encontrava. Em sua conversa, ela segurava um livro didático, e conforme passava as páginas, apontava as figuras; em alguns momentos após apontar, ela fazia para a direita um sinal de legal com as mãos; e a brincadeira perdurou durante alguns minutos, só em uma determinada e crucial parada do ônibus, pude perceber que a garotinha estava interagindo com um garotinho – gordinho, bastante fofinho, aparentando quatro anos -  que viajava até a escola –  com seu avô. Ao se levantarem de seus assentos – neto e avô -  o pequenino, respondeu  a um  “ Como você se chama ?!” da menina, com um inocente – e emocionante – “Tchau, vou para escolinha agora, amanhã eu volto pra brincar com você, viu?!” enquanto sorria um sorriso alegre por ter feito uma nova amizade.
Esta cena tão simples, porém grandiosa, é mais um exemplo de como as crianças de hoje, mesmo com tantas influências que desgastam o lado do imaginário “onde tudo pode acontecer”, ainda reservam uma grande carga de inocência e, é esta, que faz desses seres únicos, a esperança de um novo amanhã!  Pequena situação, que me fez sorrir o meu primeiro e mais esplendoroso sorriso do dia. 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Deixe-me falar...


Sou uma pessoa confusa, mas dentro das minhas confusões existem certezas inabaláveis, que me guiam e nunca me abandonam. Alguém já disse que minha criatividade sobe ao pico quando estou em momentos críticos da minha vida. O exagero parece tomar conta de mim: mas sim, eu defendo essa minha característica, afinal eu tenho direito de deleitar nas lágrimas cristalinas da minha emoção. Eu quero ser sempre intensa nas coisas que sinto  - sempre ter minha colocação, seja em demasia ou não -  pois o momento, de plena alegria ou de dor, é meu, e isso ninguém – ninguém mesmo -  pode arrancar. O ministério do meu ser adverte: se auto-expressar é um direito de todos.
Apesar de seguir as leis do homem, e as ditaduras da razão, eu não deixo jamais de ouvir meu coração. Existe um ser dentro de mim, que precisa que eu esteja sempre convicta  de que sou importante, e devo agir com coerência em assuntos que envolvem a minha alma, meus sentimentos, meu mundo por inteiro. É questão de assumir um compromisso consigo mesma.
A beleza da vida, não está em entendê-la, mas sim em vivê-la sem pular nenhuma etapa, pois se elas existem, devem ser  vividas, enfrentadas, isso parece um glichê tremendo, mas com certeza faz sentido. Hoje estou aqui, guardando mais algumas recordações de um passado bastante recente, em minha canastra particular, pois o que foi bom, eu guardo, para poder olhar pra trás e ver quão bonita e delicada foi a parte da vida vivida por mim.

Senti, falei...

Eu prefiro a sinceridade, acredito que ela nos economiza de fatos que se omitidos, nos machucariam muito mais, considerando que na maioria dos casos, ela é cruel.
Dá tempo, pode remoer algo que clama por decisões rápidas, que exigem urgência. Às vezes o tempo só piora as coisas. Não quero parecer uma ríspida escrevendo isto sobre o tempo – pois sei que muita gente o considera como o melhor remédio -  isso não passa de uma observação, um pensamento meu. Não quero dizer que esta é minha verdade, quando estou apenas emitindo minha opinião, ou seja, sem compromisso nenhum com a verdade. Essa é minha terapia, meu divã.
 Sinto-me à vontade para dizer o que penso quando estou escrevendo. Sempre começo num assunto e termino em outro, é o que eu chamo de alma em pleno desabafo. Desabafo sem respostas, porém alivia, dando liberdade as palavras que estavam presas, espremidas, loucas para saltar da minha mente de alguma maneira, de qualquer jeito.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Em outras épocas...

Penso que nasci na época errada.
Queria ter usado os triunfantes vestidos da década de vinte, de trinta...
 Ah os anos dourados, como eu queria ver de perto aquele brilho. Como seria gostoso viver a liberdade colorida da Tropicália, sussurrar em microfone que adoro – num sentimento leve e crocante – as músicas daquela época, daquele filme de magia real.
Se naquela época eu existisse, seria uma cantora de rádio. Abusaria de batons vermelhos, cabelos cheios, sinais ao canto da boca, muito brilho nas vestes e nos sapatos. Durante a noite, e só. Pois na luz do dia, eu seria uma jornalista, enrolada em uma bela saia de alfaiataria, de cintura alta – cintura alta comporia meu estilo – blusas decotadas sem perder o ar de seriedade, cores em tons pastéis, sem esquecer os anéis. As entrevistas que faria, não posso deixar de frisar, questionaria a Clarisse Lispector sobre a luz do luar. José Saramago, que não é tanto de lá, o perguntaria sobre palavras, e de onde havia tirado a idéia de que todos nós somos escritores, só que alguns, apenas não escrevem, acho que ele tem razão. Fico certa de que seria colega de Anayde Beriz. Um pouco mais no fundo desse desejo Carmem Miranda seria minha diva, um estímulo para saborear frutas – que gozado – mas eu a aconselharia, usar Havainas nas horas vagas, e já que ela se mostrava tão exagerada, poderia até inovar as sandálias com lantejoulas, para que a simplicidade da borracha compactuasse com o glamour do brilho.
Peço licença ao chamado Rei, Roberto Carlos, pois interpretaria suas músicas, com meu toque feminino, e se me permitisse, faríamos um dueto, que seria avassalador, com certeza marcaria a época, e cantaria para meu avô “Olhando seus cabelos, tão bonitos, beijo suas mãos e digo meu querido, meu velho, meu amigo...” um espetáculo a parte. Os cafés, sem dúvida seriam meu local predileto da cidade, lá eu escreveria minhas mais belas expressões do que via do mundo.
Tenho essa mania do obsoleto, que na minha emissão de opinião - sem compromisso com a verdade - sempre vai estar em moda. Eu não teria pressa, só pra sentir o gostinho daquela época. Teria minha cara pintada. Iria aos velhos estádios de futebol. Compraria um calhambeque, ou quem sabe uma brasília, não amarela, vermelha. Ensinaria nas praças, tentaria passar meus valores para que as crianças soubessem a importância de ter um ideal. Diria aos jovens que: vento nenhum sopra a favor de quem não sabe o quer. Estamparia para as pessoas, que o amor vale à pena, que é sublime, sem igual. Diria aos rapazes que nunca deixassem de ser românticos, que nunca perdessem o costume de fazer serenatas, escrever bilhetes, e fazer splish splash no cinema. E para as moças, que nunca perdessem a delicadeza de suas vestes e atitudes, e nunca deixassem de dançar jazz.
Eu, na pieguice chique de meus desejos.


quinta-feira, 28 de junho de 2012

Ela

                                       

Ela. O tipo de pessoa que sente, sente muito, ao ponto de ser recheada de oitenta por cento de emoção. Ela  muitas vezes se pusera a pensar nas atitudes das pessoas, naquilo que elas acreditam ser correto ou não. Sobre o céus, quem é tão nobre ao ponto de um dia, antes ou após a morte, alcançá-lo?! A palavra de Deus, está apenas registrada na Bíblia ou pode brotar em nossos corações na hora “h” de uma situação?! São Pedro está posicionado na porta do céu para inspecionar quem fora santo na vida terrena, ou ter uma atitude de pura graça, aconselhando aos que estão chegando, ou apenas de passagem pelo celestial local?! A vida, era para ela, um amontoado de perguntas, onde muitas vezes a respostas eram duvidosas, quando existiam claro. O que fazem as pessoas se a apaixonarem?! Como isso tudo funciona, não física ou quimicamente falando, mas espiritualmente falando?! Por que amor que se apaixona por uma única pessoa, e nela confia cegamente, não tem o mesmo efeito de confiança e afeto quando estamos sujeitos a ajudar ao próximo que possui menos?!
Para ela, apesar de tudo, a vida era bela, isso porque assim como a vida, a beleza é fugaz, e era nisso que ela se apoiava. Apoio, era uma coisa que ela adiquiria de pessoas desconhecidas, e até mesmo de pessoas que não existiam. Ela pensava, pensava, pensava. Ou melhor, ela refletia. Refletia sobre um vida, que nem todos estavam atentos, ou sequer preocupados em vivê-la felizmente, ou pelo menos adequadamente. No meio de suas reflexões, chegou a duvidar de si mesma, se duvidava de si mesma, não estava pronta para confiar nas pessoas, foi aí que ela resolveu dar uma pausa em suas reflexões, e apenas viver, até o momento em que novas situações clamassem por sua reflexão.

domingo, 22 de abril de 2012

Domingo



Os Domingos me fazem pensar, eles me põem a refletir. Há ocasiões em que o Domingo me assombra, me enche de pensamentos melancólicos, lembra - me de fatos, coisas, pessoas, que talvez eu não mais quisesse lembrar. Na verdade, Domingos são resistências, Domingos te fazem sentir sozinho, os Domingos são marcos, eles são compridos e largos. Todo Domingo é dia, mas nem todo dia é Domingo. Nos Domingos de solidão, se percebe que a agitada Segunda, é o melhor dia da semana. Sim, o melhor.
Por que os finais de semana são tão esperados, se é no meio da semana que a vida vive?! Domingo é uma pausa de tudo. Pausa para um lanche, apenas aquele lanche que não se come durante a semana. Pausa para um café, um café especial, menos corrido, mais sentido. Pausa para olhar o mar, olhar de maneira profunda, a ponto de sentir a maresia. Pausa para um mega - almoço, um almoço inventado e demorado.
 É apenas no Domingo em que sensação de missão cumprida, e o início de mais uma missão, acordam conosco ao mesmo tempo. Domingo é dia de filme, de brigadeiro, de pipoca, e pra que tem, é dia de gastar dinheiro.
O Domingo é feio, o Domingo é bonito, o Domingo me faz pensar, que eu não penso, eu não existo. 


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Mundo Inteligível

Todas as coisas são neutras. Somos nós que damos sentidos a elas. Não só sentidos, como cores. Não só cores, como cheiros. Não só cheiros, como sabores. E dos sabores, extraímos emoções. E nas emoções, esquecemos nossas razões.
Quem pensou nas coisas, pensou de maneira simples, sem intenções, apenas pensou. As coisas são o que são. Elas passam a ser boas ou ruins ao passo de nossas implicações. Implicações que implicam, complicam. O ser humano se pergunta o porquê de tudo, por que as coisas existem, por que as coisas acontecem, por que as coisas não acontecem, por que aparecem, por que fazem sofrer, por que fazem sorrir, por que fazem chorar, por que evitam doenças, por que causam a morte, por que fazem chover... São as perguntas que fazem o mundo viver.
No dia em que as perguntas se esgotarem, não haverá dia, não haverá noite, haverá apenas um vácuo infinito, sem céu, sem terra, sem mar e sem chão, pois o sentido da vida, são as perguntas que movimentam e emitem o procurado “clarão”.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A danada da gastrite!

É de dá dó, a situação do compadre Severino, vira pra um lado, vira pra o outro, numa noite assombrada de dor. De uns tempos pra cá, ele vive resmungando, sente dor até quando sente o cheiro do porco assando. O queimor é de lascar, segundo o próprio compadre Severo, é assim que os mais chegados aqui da roça o chamam. Dia de domingo, o Severo que é tão animado pra churrasco, já não vibra mais com brilho da gordurinha da carne, o que antes lhe dava água na boca. E a pinga que ele é tão conhecedor, parece não mais conhecer, ultimamente, dela ele só ta querendo é distância sô!
De tanto o pessoal da redondeza insistir, compadre Severo foi ao doutor Eduardo Limeira, um clínico geral, que atendia naquelas terras desde que se formara na universidade da capital. Foi internação na certa, o difícil foi segurar o compadre na cama, morria de medo de agulha, e ao escutar a enfermeira dizer que a veia estava ruim de ser encontrada, aí é que aumentou o medo, no final das contas foi preciso um sedativo pra acalmar o homem. D. Eduardo tratou logo de solicitar uma alguns exames para o internado, dos quais a tal endoscopia foi o mais doloroso. A atitude do Severo diante do caninho que seria enfiado goela abaixo não preciso nem dizer, na verdade fico meio acanhado de falar! Eita cabra frouxo sô!
Mas no final das contas, o veredito do doutor, que foi logo anunciando – é gastrite sim senhor! – e foi preparando uma lista quilométrica das comidas que o Severo poderia ou não comer, e pra ser bem sincero coitadinho do compadre, vai ficar magrinho que nem vaca em época de seca, sua alimentação se reduziu a 1/3 do normal, nada de gordura, nada de álcool e muito menos ácido.
O Severo que sempre fugiu de compromisso sério pra evitar obediência, submissão e subordinação, veio o destino e lhe deu uma peste de gastrite, valeu à pena preservar o coração?! Ê falta de sorte, isso é que é ingratidão!

domingo, 22 de janeiro de 2012

Nas estantes da vida...


A cada nova história que surge, a sensação é sempre de que algo novo está para começar. E mais uma vez nos entregamos. Sim, nos entregamos de bandeja, mesmo prometendo para si que desta vez será diferente, sim diferente, pois se já passei por esse caminho, já o conheço não é mesmo?! Não. As coisas não são bem assim. Por mais que tenhamos escrito inúmeras histórias, sempre existirá algo nas entrelinhas capaz de  nos surpreender, de nos derrubar da cadeira. Por mais aparente que sejam as capas, os livros jamais terão os mesmos conteúdos, com isso, é importante que saibamos separar cada livro, em sua estante específica. Organizando nossos livros, teremos um roteiro vital mais organizado, mas não é garantido de que todas as decepções, manchas amarelas, serão apagadas de vez das páginas. Isso seria demais, nenhum de nós tem esse poder. Tal poder muitas vezes é praticado pelo tempo, mas nem sempre o tempo consegue apagar as manchas amareladas, o cheirinho de mofo, porque talvez marcas e odores, são precisos para preencher o nosso roteiro , para podermos olhar pra aquelas estantes, e saber que lá há histórias de sucessos, vitórias, como também insucessos e derrotas, que conseguiram ser superados, e quando não, ainda assim fazem parte do nosso conteúdo, e foi componente de aprendizado em nossas existências. 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Castelo de Areia...





Sei que devo construir, tendo consciência de que uma hora, em algum momento, minha construção será desmoronada. Não adianta que eu grite, chore, esperneie, que eu diga o quão imenso se tornou minha construção, tudo que investi, os momentos em que me dediquei, um dia alguém a derrubará, ou até mesmo por si só. Existem os avisos que as coisas tem fim. Mas é que não esperamos que o fim seja tão próximo do começo.